Jovem atropela colega na via pública que denunciariam por racismo
Jovem atropela colega na via pública que denunciariam por racismo
Estudante de Educação Física é acusada de tentativa de homicídio por atropelar duas colegas
Uma estudante de 29 anos é suspeita de ter atropelado voluntariamente duas colegas do mesmo curso em frente à faculdade, localizada em Macapá. As jovens atingidas, com idades de 19 e 21 anos, iam prestar depoimento contra a acusada por comentários racistas supostamente feitos durante uma aula. Apesar do impacto da colisão, ambas sofreram apenas ferimentos leves.
Confronto antecedeu o atropelamento
O incidente aconteceu após um desentendimento entre as três estudantes durante uma aula de Educação Física. Segundo relato das vítimas, Daiane Moraes, de 19 anos, e Stephanie Ferreira, de 21, Yandra Eboni teria proferido comentários racistas e feito zombarias sobre suas características físicas durante uma chamada de vídeo. Em resposta à situação, as duas buscaram a coordenação da faculdade e registraram um boletim de ocorrência.
Ao saírem em direção à delegacia, foram surpreendidas por um carro branco dirigido pela colega. Imagens registradas por câmeras de segurança mostram o momento em que o veículo invade parcialmente a calçada e atropela as duas jovens, que caem ao chão. Após o ocorrido, Yandra fugiu do local sem prestar socorro.
Acusada afirma ser alvo de perseguição
Durante depoimento virtual, com acompanhamento de três advogados, Yandra Eboni negou qualquer intenção racista e afirmou ser vítima de perseguição por parte das colegas. “Eu estava apenas tentando acompanhar a aula e elas começaram a rir de mim, puxaram meu cabelo. Solicitei ao professor que intervisse, mas uma delas acabou avançando contra mim”, justificou.
A estudante também mencionou sua condição de mãe solo e afirmou ter sido alvo de piadas sobre sua vida pessoal. “Sou uma mãe que enfrenta muitas dificuldades e nunca imaginei passar por algo tão extremo”, lamentou, pedindo desculpas às famílias das jovens atropeladas. Segundo ela, o ato foi um reflexo de um “momento de descontrole” após o que descreveu como provocações contínuas.
Investigação aponta para crime intencional
A Polícia Civil informou que os indícios levam à conclusão de que o atropelamento foi premeditado. O delegado solicitou a prisão preventiva de Yandra Eboni, mas aguarda decisão judicial.
Os advogados da estudante defendem que não houve intenção de matar e classificam o ocorrido como um “acidente provocado por desiquilíbrio emocional”. Por outro lado, as vítimas sustentam que o ato foi deliberado, motivado pelo temor da acusada em ser denunciada por racismo.
Repercussão e mobilização
O caso gerou repercussão significativa entre estudantes e funcionários da instituição, que reforçou seu compromisso com as investigações e repudiou atitudes discriminatórias ou ações violentas no ambiente acadêmico.
Nas redes sociais, internautas expressaram indignação e cobraram uma punição exemplar à acusada, ressaltando a gravidade de instrumentalizar um veículo para agredir pessoas. O episódio também reacendeu discussões sobre racismo e intolerância dentro das universidades brasileiras.

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